segunda-feira, 5 de março de 2012

Dois poeminhas.... bobinhos mas meus...hehehehehe

Na rabeira do amanhã

Amanhã, viveremos o livre. O leve. Amaremos a love solto, sem medo do depois…
Amanhã, seremos o tudo, com medo do nada, explorando o futuro.
Amanhã, faremos o que quisermos, correremos a esmo, tentaremos mais um.
Amanhã, estaremos prontos, desarmados até os dentes, loucos pelo porvir
Amanhã, doaremos o que não possuímos, em prol dos que já não têm
Amanhã, venceremos. Viremos, veremos e teremos a resposta.

Amanhã, só amanhã.

Por enquanto, temos o hoje; não tão límpido, guerreiro porém ferido
Por enquanto, temos o hoje; sofrido, contente na miséria paralela
Por enquanto, temos o hoje; sujo, mal lavado, roto e esfarrapado
Por enquanto, temos o hoje; carentes de carradas de razão
Por enquanto, temos o hoje; felino e sorrateiro, fugaz na noite
Por enquanto, temos o hoje; não é o melhor, mas é o que temos

Hoje. Ontem não tivemos.

Ontem, não podíamos pensar
Ontem, não podíamos escrever.
Ontem, não podíamos sorrir.
Ontem, não podíamos cantar
Ontem, mal podíamos amar
Ontem, mal podíamos viver.
O hoje, descrente, nos prepara para o belo amanhã.
Mas temos que trabalhar nele, o hoje.
Para que não vire o Ontem sem poder nem sonhar o Amanhã…

Preso em um nuvem....

Dentro da imundice e dos recantos mais obscuros do meu cérebro, teço palavras
Entrecortadas, mudas, cínicas, graciosas, grotescas, cheias de rancor e amor
Dentre o muito pouco que se resta, a terra úmida pronta para ser lavrada
O sentir do sangue na veia, pulsando ao sol de setembro, saciador

Quero que a vida entre a toda proa, e que junto com o sol, me leve à lembrança
Do ventre macio e suave, de toda leveza do seu ser, suas reentrâncias, ancas nuas
Dormir sorridente, acomodado no seu tenro interior, quando teu esplendor me alcança
Sonhando, ronronando e puídos de tanto sermos, gritando ao vento na rua

Voltarei no fim da tarde, ao umedecer do orvalho, gota cinza, cobre-luz
Fecharei meu infinito, ao redor do impossível e no interior profundo, sondar
Agarrar meu destino com os incisivos, imerso em fogos e cravos nus
Sem demora, sigo seco, longe enxergo sem, nem por segundos, recuar